Hoje o menino
acordou para escrever.
-Um conto é o
que farei! – Exaltou.
“Escreverei mil
histórias como nos filmes. De mocinhos, bandidos e mocinhas. De dragões,
guerreiros e bandoleiros. Mas hoje escreverei uma só.”
Pigarreou
e como um velho trovador prendeu a atenção da plateia, esta de livros e
brinquedos em seu quarto desajeitado, sem contar o violão esquecido que outrora
pertencera ao pai, num tom ameno recitou.
“Em
uma época perdida nas teias no tempo viveu Alice, moça esguia com olhos e
expressão penetrantes. Vivia a longa data, mendigando junto aos porcos por
restos das refeições do seu senhor.”
“Encantava
muitos camponeses porém. Não somente por sua beleza, mas pelo seu dom ao relembrar
as cantigas esquecidas, das grandes guerras, dos homens de aparência
animalesca.”
“Na
terceira noite após a colheita daquele ano. Chamou a atenção de todos ao seu
redor ao contar de maneira ímpar, como se estivesse em transe, a seguinte
citação: - Em eras longínquas o homem não tinha medo de outros homens, temiam
os animais e feras que perambulavam suas crendices. Haverá tempos onde aquele
que engana seu semelhante será enaltecido.”
Acordou
e olhou ao seu redor, um menino corado e com muito interesse, lhe fitava
diretamente aos olhos. Onde estava? Em uma cabana repleta de maldições?
A verdade se
fez.
O menino entrou
em pânico, ao perceber que seu sangue não passava de um bocado de tinta.
D. Conte
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